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E-book: Arquitetura escolar e controle social os templos do saber na Belém do entresséculos

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A arquitetura escolar produzida ao longo da história da educação paraense compreende, entre outros aspectos, edifícios associados ao ensino nas suas mais distintas vertentes que se tornaram expressão do projeto político de modernização do país a partir, principalmente, da virada do século XIX para o século XX. Esses edifícios refletiam, acima de tudo, um processo de sistematização do ensino que se iniciou com a República, obedecendo as determinações projetuais de forte influência do pensamento positivista e higienista, devendo simbolizar uma articulação entre a expectativa da renovação do ensino, o projeto político de disseminação da instrução popular e as vantagens econômicas da concentração de diversas salas de aula em um único edifício.
Estes prédios deveriam possuir caráter identificador com seus aspectos formais e composição adequados ao novo tempo republicano. Portanto, a arquitetura não só respondeu às demandas pedagógicas e higienistas, como também foi partícipe do processo de estruturação da rede física escolar, tornando-se, com seus modelos, paradigmas para toda a nação, sobretudo por reunir adequação às necessidades de ensino e às premissas higie- nistas, por indicar a preocupação do governo com a instrução pública, por exprimir plasticamente imponência, harmonia e sua condição de transformadora social.
Ao mesmo tempo, os edifícios escolares construídos no período são expressão do momento de expansão urbana e demográfica vivenciado por Belém, em virtude dos dividendos obtidos com a exportação do látex da seringueira. Os ideários higienistas e positivistas, ao se materializarem na “Paris dos Trópicos”, assumem um forte caráter de controle social sobre os grupos sociais indesejados. Instituições escolares de viés totalizante - para acolher desvalidos, órfãos e crianças desassistidas - vão ser deliberadamente reposicionados na geografia urbana de Belém, segregando esses grupos para as regiões mais periféricas e inacessíveis da cidade naquele momento. Enquanto isso, na região central e mais valorizada da cidade novos Grupos Escolares surgem em confluência com o projeto de urbanização que buscava europeizar Belém e restringir as áreas recém reformadas às elites e camadas médias da cidade. Tendo em vista essa problemática, a presente obra vincula-se à função universitária de fomentar um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável, além de viabilizar uma relação integradora e transformadora entre a universidade, os órgãos de proteção do patrimônio histórico e as escolas básicas do estado e do município de Belém. Buscamos com os textos contidos nesta obra promover a reflexão crítica das equipes gestoras, professores e estudantes sobre a importância histórica dos prédios escolares e a influência que estes espaços arquitetônicos exercem sobre a formação pedagógica e o aprendizado dos seus alunos, buscando ao mesmo tempo, estimular e fortalecer a proteção desses patrimônios históricos do Estado.
Sua relevância dá-se na medida de sua relação com a sociedade e pelo fato de integrar o ensino da Historia da Educação no Pará e da Arquitetura Escolar com a pesquisa sobre o tema, além da realizar uma ação voltada para as comunidades escolares em um ambiente de diálogo com os órgãos públicos de proteção do patrimônio histórico.
O livro está divido em três partes. A primeira trata da relação entre arquitetura escolar, urbanização e controle social em Belém. A segunda apresenta um panorâma da história da educação em Belém, durante a Primeira República. A terceira e última parte apresenta um inventário da arquitetura escolar dos edifícios que foram tema desta pesquisa. 
Esperamos que apreciem a leitura!

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